A capital mundial da moda possui várias atrações bastante interessantes e que merecem uma visita. Veja como foram meus últimos dias na Itália.
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Diário de Viagem – Milão: Duomo, Parque Sempione e Última Ceia
Acordamos bem cedinho e deixamos o hotel de Veneza, antes mesmo do café da manhã para seguir viagem para Milão. Era nosso décimo primeiro dia na Itália. As ruas no entorno da estação de trem Santa Lucia em Veneza estavam praticamente vazias e nosso embarque foi muito tranquilo. A viagem durou cerca de 2h30min e chegamos em Milão por volta das 9h30min.
Ao sair da estação Milano Centrale, avistei imediatamente o letreiro do Hotel New York que tinha reservado. Foi só atravessar a rua e pronto: 200 metros.
A diária começava às 14h, mas felizmente já havia quarto disponível e conseguimos fazer o check-in antecipadamente. O hotel fica numa área onde predomina edifícios comerciais e por isso, não havia atrações turísticas por perto. Também não recebi indicação de um bom restaurante por ali. O hotel atendeu de forma satisfatória ao meu propósito, pois fiquei uma noite apenas e meu objetivo era não perder tempo com deslocamentos entre a estação de trem e o hotel, já que no dia seguinte iria embora para Lisboa.
Deixamos as malas no quarto, colocamos roupas confortáveis e retornamos ao terminal ferroviário para comprar o ticket do transfer do aeroporto para o dia seguinte. Quis resolver isso de uma vez para não ficar muito em cima da hora no dia seguinte, já que meu tempo era bem curto.
Na lateral esquerda da estação existem vários pontos de ônibus e letreiros com as empresas que prestam o serviço de shuttle que parte a cada 20 minutos. É só chegar comprar o bilhete e dirigir-se ao ponto indicado.
O aeroporto de Malpensa é afastado do centro da cidade, mas o acesso é tranquilo e dura cerca de 45 min. As formas mais baratas de se deslocar até ele é por trem ou shuttle. Optei pelo shuttle (10 euros), pois não precisa de hora marcada e como eu estava com o tempo cronometrado, preferi não arriscar. De taxi, é 90 euros.
OBS: Existe outro aeroporto em Milão, chamado Linate, mais próximo do centro da cidade que o Malpensa, mas menos movimentado e consequentemente com menos opções de voos. É interessante sempre checar pela possibilidade de chegada ou partida por esse aeroporto quando da compra das passagens aéreas.
Comprados os tickes do transfer, era hora de explorar Milão. Seguindo sugestão do recepcionista do hotel, decidimos ir caminhando até a Piazza del Duomo para sentir um pouco mais a atmosfera da cidade, já que não teria oportunidade de explorá-la em outro momento.
Além disso, eu pretendia comprar o bilhete de transporte de 24h apenas. Como eu iria precisar me locomover de metrô no dia seguinte pela manhã, seria mais interessante convalidar o bilhete depois do almoço para completar as 24h exatamente após o meio dia do dia seguinte.
OBS: Em Milão, assim como em Roma e Veneza é possível comprar bilhetes para uso integrado ao tempo nos transportes públicos. Os principais são:
Bilhete urbano – 1,50 euro: dá direito a 1 viagem de metrô ou ônibus ou bonde com direito a 1 integração em outro meio de transporte diferente no período de 90 minutos.
Bilhete giornaliero – 4,50 euros: dá direito a um número ilimitado de viagens pelo período de 24 horas a partir da primeira convalidação.
Bilhete bigiornaliero – 8,25 euros: dá direito a um número ilimitado de viagens pelo período de 48 horas a partir da primeira convalidação
Há também os bilhetes com 4 viagens, 10 viagens, 2 viagens por dia, viagens noturnas etc. Maiores informações no site da ATM.
Fomos caminhando pela Via Vitruvio até a Corso Buenos Aires, uma grande avenida com farto comércio. Seguindo sempre em frente chegamos à Piazza San Babila, à Corso Vittorio Emanuele II e o Quadrilátero D’Oro, com lojas famosas de grife. O trajeto levou cerca de 1 hora.
Caminhamos por ali olhando as vitrines, até nos depararmos com o famoso Duomo de Milão. Paramos na Piazza para contemplar a belíssima Catedral, observar o movimento das pessoas e tirar fotos.
Uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da Europa, a catedral possui cerca de 160 m de comprimento por 92 m de largura. É a terceira maior basílica, depois da de São Pedro no Vaticano e da Catedral de Sevilha na Espanha.
Curiosidades: a igreja é proprietária da própria marmoraria, de onde ainda hoje saem as placas de mármore necessárias para a restauração do edifício. A fachada do Duomo foi finalizada “às pressas” em 8 anos por ordem de Napoleão que queria coroar-se ali rei da Itália em 1813.
Achei o interior do Duomo um pouco sombrio. Não podia tirar fotos sem pagar pela "autorização". Achei uma palhaçada e me recusei a pagar os 2 euros exigidos. Ainda assim, consegui tirar uma, antes da fiscal vir reclamar comigo.
Mais uma vez, a igreja tinha uma das laterais coberta por andaimes, pois estava sendo restaurada. E no interior também. Estavam fazendo a limpeza das paredes e colunas de mármore e dava pra ver nitidamente algumas bem branquinhas e outras escuras (com aspecto de encardidas). Talvez, com o final dos trabalhos e o interior dela ficando mais claro, o contraste com os bonitos vitrais lhe dê mais vida.
Mas por fora, realmente, é um espetáculo. São tantos detalhes, que a gente é capaz de perder horas observando. De longe lembra aqueles castelinhos de areia que fazíamos na praia quando crianças.
Decidimos subir no telhado do Duomo, cujo acesso se dá pela lateral direita, por elevador (12 euros). É preciso comprar o ticket na bilheteria e dirigir-se até outro ponto para pegar o elevador. Lá de cima se tem uma bonita vista da cidade, mas as próprias agulhas da igreja são o espetáculo principal.
Descendo da igreja entrei na famosa e sofisticada Galleria Vittorio Emanuelle. Construída entre 1865 e 1877 com teto de ferro e vidro e chamada pelos milaneses de “Salão de Milão”, ela foi projetada para ser um corredor chic e coberto por onde a burguesia do início do século XX desfilava, conversava e jantava antes dos espetáculos do Teatro alla Scala. Até hoje o edifício hospeda cafés e restaurantes históricos de Milão e lojas de grife.
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É lá também que está a figura de um touro no chão feita em mosaico e que, segundo a lenda, se colocarmos o calcanhar do pé direito nos testículos do animal e dermos 3 voltas inteiras, teremos sorte. Havia fila para fazer o ritual e, logicamente, não deixei passar a oportunidade.
Nossa caminhada pela Galleria nos levou até o lado oposto na Praça della Scala, onde fica uma das óperas mais famosas da Europa. Foi no Teatro alla Scala onde estreou a ópera O Guarani do compositor brasileiro Carlos Gomes, em 19 de março de 1870. Na praça, em frente ao teatro há uma estátua de Leonardo da Vinci. Não tivemos a oportunidade de visitar o interior do teatro, que dizem ser muito bonito.
Em seguida fomos caminhando pela Via Tommaso Mariano até a famosa lanchonete Luini para experimentar o tradicional panzerotti.
Havia uma fila razoável na porta, mas andou bem rápido. O pastel é realmente muito saboroso. Há quem diga que ele lembra mesmo um pastel chinês, mas acho uma heresia essa comparação, afinal, as pessoas vêm do mundo inteiro experimentá-lo. Tem que ter respeito. Enquanto esperávamos na fila, tirei umas fotos da fachada do Luini, mas fui repreendido por um segurança. Gente mal humorada....
Depois do nosso “almoço”, seguimos até a estação do metrô na Piazza Del Duomo. Compramos o bilhete de uso ilimitado por 24h e pegamos a linha M1 (vermelho) até a estação Cairoli-Castello. Pude perceber que o metrô em Milão estava bem organizado e limpo, diferentemente do que haviam me dito. Não sei se as estações por onde andei estavam reformadas, mas achei bem sinalizado, conservado e eficiente.
Saltamos em frente ao Castelo Sforzesco, localizado no centro histórico de Milão. O castelo foi construído no século XV por Francesco Sforza, Duque de Milão e foi também residência de Leonardo Da Vinci por 17 anos. Hoje o castelo abriga um museu de arte, que não tivemos oportunidade de visitar.
Não é preciso pagar para passar por dentro do castelo. Do outro lado, está o Parque Sempione, uma área arborizada muito agradável, perfeita para um descanso. Na idade média, o parque era o bosque particular da família Visconti, onde os duques levavam os hóspedes para caçar. Naquela época a área verde era muito maior. O parque foi reformado e tornou-se público com a reestruturação do castelo no século XIX.
Na outra ponta do parque está o Arco della Pace, mandado construir por Napoleão Bonaparte para comemorar suas vitórias. No entanto, ele morreu antes de concluída a obra e curiosamente, a construção serviu para celebrar a paz conquistada após a sua morte.
A região no entorno do parque é bem residencial e percebi que as pessoas que passeavam por ali eram menos turistas. Aliás, não sei se era por ser uma segunda-feira, mas senti a cidade bem vazia. Movimento mesmo só na Piazza del Duomo. Acho que pelo fato de Milão ser normalmente uma cidade só de "passagem", para quem chega ou parte da Itália e pelo fato de não estar ocorrendo nenhum evento de grande porte. Mas é uma injustiça. Apesar de não possuir muitas atrações, a cidade é muito bonita e limpa, bem diferente do que eu imaginava.
Depois de algumas voltas pelo Parque Sempione, fomos caminhando até a estação Lanza do metrô (linha M2 – verde) e seguimos até a estação Centrale, perto do nosso hotel.
À noite, pegamos um táxi até o bairro Brera, nas proximidades do centro histórico e do Castelo Sforzesco, onde há vários barzinhos e restaurantes bem agradáveis.
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No dia seguinte, nosso último dia na Itália, ainda faltava uma grande atração para ser visitada: A Última Ceia de Leonardo da Vinci. A propósito, é importante mencionar que só é possível visitá-la com agendamento prévio. Veja como comprar o seu ingresso para a Última Ceia.
Tínhamos horário marcado para 11h15min. Levantamos um pouco mais tarde do que o de costume e tomamos o café da manhã sem pressa no hotel. Fizemos o check-out e deixamos as malas guardadas na recepção.
Fomos até a estação de metrô Centrale, utilizamos o mesmo bilhete que tínhamos comprado na véspera e valia por 24h. Pegamos a linha M2 (verde) e saltamos na estação Cadorna. Caminhamos cerca de 10 min pela Via Carducci e em seguida pela Corso Magenta até a Igreja de Santa Maria del Grazie. Entramos na bilheteria à direita da igreja (prédio amarelo) e trocamos o voucher comprado online pelos bilhetes.
15 min antes do horário, estávamos posicionados na porta de entrada do Cenacolo.
Quando entramos foi aquele choque. Ficar frente-a-frente com uma das obras primas mais famosas do mundo foi muito impactante, emocionante e, por que não dizer, hipnotizante. O afresco é enorme, possuindo 9 m de largura por 4 m de altura. O Cenacolo era o refeitório do convento e numa das paredes, Da Vinci pintou o afresco.
A técnica usada por Da Vinci não foi muito feliz, o que fez com que a pintura ficasse muito frágil e se desgastasse mais rápido que o normal, ficando bastante deteriorada ao longo do tempo.
Além do desgaste natural, a pintura ainda sofreu depredações. Teve um padre que mandou abrir uma porta na parede onde está a pintura exatamente onde ficavam os pés de Jesus. Mesmo reconstruída, ainda é possível perceber as marcas. Durante a 2ª Guerra Mundial, a igreja foi bombardeada e grande parte do refeitório foi destruído. Dá para perceber as emendas das paredes e de forma impressionante, grande parte da parede onde está a pintura ficou preservada.
De alguns anos pra cá, vem sendo realizado um belíssimo trabalho de restauração da obra, dando-lhe mais vida.
A visita dura 15 minutos, e o tempo é muito curto para apreciar a obra. As fotografias são proibidas e, pelo menos no dia da minha visita, todos respeitaram. Como a entrada é em grupo de no máximo 15 pessoas, não dá para fotografar escondido, como ocorre na Capela Sistina.
Saímos dali e fizemos o caminho de volta ate o metrô, pegamos a linha M2 (verde) de volta à estação Centrale onde fizemos um lanche e retornamos ao hotel para buscar as malas.
Seguimos para a lateral esquerda da estação ferroviária para pegarmos o transfer em direção ao aeroporto Malpensa. Foi uma ótima opção.
O ônibus parte de 20 em 20 min e te deixa na frente do portão de embarque.
Deixamos Milão com destino a Lisboa, já com saudades e a certeza de voltar um dia.
OBSERVAÇÃO FINAL:
Minha estadia em Milão foi muito curta e por isso acabei por desistir de visitar o Estádio San Siro (Giuseppe Meazza), sede dos tradicionais clubes de futebol Milan e Inter. O interessante é que os dois clubes rivais compartilham o mesmo estádio. Para quem curte futebol é um programa imperdível. Terei que retornar a Milão para conhecê-lo. Ele fica um pouco afastado do centro histórico, mas não é difícil de chegar. Fica a dica.
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Você pode conferir toda minha trajetória pela Itália nos links abaixo:
Dia 1 – Roma: Chegando na Itália
Dia 2 - Roma: da Fontana di Trevi a San Giovanni in Laterano
Dia 3 - Roma: do Coliseu aos Museus Capitolinos
Dia 4 - Roma: da Basílica de São Pedro ao Pantheon
Dia 5 - Roma: Museus do Vaticano e Galleria Borghese
Dia 6 - Pisa e Florença: da Torre de Pisa ao Duomo de Florença
Dia 7 - Florença: do Davi de Michelangelo à Galleria degli Uffizi
Dia 8 - Florença: da Piazzale Michelangelo aos Jardins de Bóboli
Dia 9 - Veneza: da Ponte Rialto à Praça de San Marco
Dia 10 – Veneza: do passeio de gôndola ao Palácio Ducale
Se tiver alguma dúvida ou sugestão, não deixe de fazer seu comentário abaixo. Agradecemos sua participação.
Olá Vinicius,
gostei muito do seu post sobre Milão.
Irei passar 2 dias por lá em dezembro. Você realmente recomenda esse Hotel New York?? Obrigada,
Christine
Christine,
Pra mim atendeu bem. Eu fiquei apenas uma noite e precisava me locomover rapidamente até a Estação de Trem.
Existem outras opções, mas na ocasião, ele se mostrou com custo x benefício interessante. Além disso ele possui uma qualificação BOA no site do Booking.
Claro que não foi o melhor hotel que fiquei na Itália, mas também não foi uma furada.
Abraços
Obrigada, Vinicius, pela dica!! Já vi o site do Booking e estou me animando!
Abs
Legal Christine!!
Independente do hotel que você for reservar, se fizer pelo Booking, não deixe de acessar pelos nossos links. Assim você ajuda a manter nosso blog.
Um abraço e ótima viagem!
Olá Vinícius! Você conheceu a expo Milão? Estávamos pensando em dar um pulo em Milão num bate e volta de Veneza para conhecer a expo. Só que ela é enorme e não daria tempo de conhecer a cidade. Na sua opinião, a cidade de Milão é mesmo imperdível? Vamos passar 15 dias na Itália e pretendemos ir à Roma, Toscana, Veneza, Milão, Verona e a Costa Amalfitana. Por isso, não dá para passar mais de um dia em Milão.
Juliana,
Não conheci a Expo Milão.
Sobre ser ou não imperdível, isso é muito subjetivo. Eu fiz questão de ir a Milão conhecer o Duomo e visitar a Última Ceia. É claro que a Itália tem coisas maravilhosos pra conhecer e 15 dias não dá pra fazer tudo o que gostaríamos. Você terá que fazer escolhas.
Tem gente que gosta e tem gente que odeia Milão.
No meu caso, não foi a cidade que mais gostei, mas também não me arrependo de ter conhecido.
Abraços
Olá Vinicius. Primeiramente muito obrigado pelos seus relatos. Foram valiosíssimas pra mim. Segui todo seu percurso. Foi incrível. Um grande abraço.
Fala Marcelo,
Fico feliz que tenha ajudado!
Eu que agradeço pelo feedback.
Abçs
Olá, Vinícius!
O bilhete 24 horas pode ser usado por mais de uma pessoa? Uma logo depois da outra?
Obrigada,
Ana Paula
Olá Ana Paula,
Não pode. Tem um intervalo de tempo para usar de novo.