Passeio de 1 Dia em Sintra – Portugal

Classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO, a vila de Sintra está localizada no alto de uma serra, a cerca de 30 km de Lisboa. Com seus palácios históricos, florestas e jardins esplendorosos, tudo emergindo das montanhas, Sintra parece mais um cenário de um filme de fantasia.

A cidade já foi habitada pelos celtas e depois pelos mouros, até que finalmente tornou-se um refúgio de verão da realeza portuguesa. Essa mistura de influências explica a extravagante arquitetura dos palácios da cidade, tornando tudo muito exótico.

Certamente, será um passeio pitoresco e encantador. Veja como foi meu dia nesta magnífica cidade, que adorei conhecer.

Como chegar à Sintra?

► TREM: Foi a opção que escolhi. Saindo da Estação Ferroviária do Rossio, no centro de Lisboa, peguei um comboio (que é como os portugueses chama os trens) que ia em direção a estação de Sintra. A viagem dura mais ou menos 30 minutos.

Minha opinião sincera... Achei bem estranho. O trem em si não é o problema, mas sim o trajeto. Ele passa por áreas com um ar meio “barra pesada” e até chegar a Sintra, muita gente estranha passou por aquele trem (que é como um metrô de superfície, vai parando em várias estações). Nada me aconteceu, mas vi algumas figuras esquisitas importunarem três moças, nitidamente turistas.

DICA: Se for utilizar o trem para ir a Sintra, deixe os objetos de grande valor no hotel e evite levar uma quantia grande de dinheiro. Procure também evitar horários de pouco movimento (muito cedo ou tarde da noite).

► CARRO: É outra opção. A cidade fica a cerca de 30 km de Lisboa e o caminho é pela estrada IC19.

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O que fazer em Sintra? Meu roteiro...

Saindo da minúscula estação ferroviária de Sintra, encontrei uma estrada sinuosa logo à frente e, ao longe, avistei 2 chaminés em formato de cone, pertencentes a um dos palácios da cidade.

Para me certificar de como fazer para chegar até o Centro Histórico, conhecido como Sintra Vila, fui até uma loja que havia ao lado da estação e a funcionária informou que para ir pra lá, seria necessário seguir por aquela estrada, chamada Volta do Duche. Perguntei se havia algum ônibus e a resposta foi um simples: “ – Vá a pé em direção às chaminés. São só 5 minutos!”.

Vá sempre em direção às chaminés de cone

Meio temerosa por ter que seguir a pé beirando por uma estrada sinuosa típica de serra, lá fui eu encarar a caminhada. E que grata surpresa! Na calçada, encontramos diversas esculturas, fazendo com que a descida seja uma espécie de museu a céu aberto. Foi um passeio bastante agradável.

Logo no início do caminho, me deparei com o edifício da Câmara Municipal de Sintra, que já de cara me apresentou o estilo arquitetônico das atrações que eu iria encontrar pela frente.

Em se tratando que vamos parando pra apreciar tudo e fotografar, no final das contas, a caminhada acabou durando mais que os 5 minutos previstos.

A estrada nos deixa bem no centro. Há uma praça minúscula, com alguns restaurantes e lanchonetes ao redor. Nela, encontrei o dono das chaminés em cone, que foi a minha primeira visita do dia: o Palácio Nacional de Sintra.

Datado da época da ocupação dos mouros na região, o palácio foi sofrendo várias ampliações e reformas do século 11 ao 16. Olhando de fora, parece um edifício relativamente simples, com alguns detalhes árabes. Mas é só a fachada, literalmente. O interior é belíssimo, contendo salas e pátios com decorações que misturam os estilos manuelino, mouro e árabe, gerando um resultado pra lá de extravagante.

Meus destaques: a Sala dos Brasões, com um belíssimo teto dourado ornado com brasões de famílias importantes e paredes de azulejos pintados; a Sala dos Cisnes, com o teto decorado com pinturas das aves com colares de ouro; a Capela Palatina; e a cozinha, onde estão as tais chaminés.

Saindo do palácio, ainda no centro, fui fazer uma pausa na casa de doces (e outras delícias) mais famosa da cidade, a Piriquita. É tradicional: quem vai à Sintra não pode deixar de dar uma passadinha lá para experimentar a especialidade deles: o Travesseiro.

Travesseiro

É uma espécie de pastel folhado, de sabor doce e muito leve, com um recheio feito à base de ovos e amêndoas. Por cima, é todo salpicado de açúcar e é servido bem quentinho. Delicioso!

O travesseiro é vendido também em outros estabelecimentos da cidade. Mas o da Casa Periquita é o mais tradicional.

Há outro doce típico da região, que é a queijada. Parece um pouco o pastel de Belém, só que a massa é mais pesada, à base de queijo, farinha e canela. O gosto lembra o de uma rabanada. Também é delicioso.

Continuando o passeio, peguei um ônibus (ou autocarro, como os portugueses chamam) bem ao lado do escritório de turismo que fica no centro. O destino era a entrada do Parque da Pena. Trata-se de um grande parque florestal, localizado na encosta de uma montanha, de onde sai um ônibus turístico (tipo uma jardineira), que nos leva estrada acima até o topo, onde está o belíssimo Palácio da Pena.

No século 15, o local onde está o palácio era ocupado por uma capela dedicada a Nossa Senhora da Pena. No século seguinte, foi ampliada e transformada em convento da Ordem dos Jerônimos. O edifício acabou sendo destruído no terremoto de 1755 que assolou a região e ficou abandonado por cerca de 80 anos, até que o rei Dom Fernando II adquirisse a propriedade e mandasse reconstruí-lo, para ser sua residência de verão.

Este palácio foi um dos mais extravagantes que já conheci até hoje. Suas paredes de cor amarela e vermelha, com partes em azulejos coloridos e esculturas estranhas (cobras retorcidas, pirâmides e seres bizarros) dão um ar tão exótico, que é até difícil de definir seu estilo arquitetônico.

Quando o visitei (Fevereiro de 2012), a fachada estava bastante suja e desgastada. Como ocorria uma obra de restauração na época, acredito que hoje deva estar mais vistoso. Se bem que já achei o palácio lindo, mesmo desbotado do jeito que estava.

Palácio da Pena

Estando no pátio, podemos ter uma dimensão de quão alto ele está. Em alguns pontos é possível avistar toda a região em volta da serra de Sintra.

O interior é bem ao estilo dos outros palácios da cidade, com várias salas e aposentos belíssimos. Destaque para os móveis e as porcelanas. É uma pena (sem trocadilhos) não poder tirar fotos lá dentro.

No final da visita, no pátio da entrada, parei para almoçar num dos restaurantes que há no local. Pra quem preferir somente uma refeição mais rápida, há uma lanchonete também.

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De volta ao centro de Sintra, fui seguindo pela Rua Consiglieri Pedroso, e depois de uma caminhada de 5 minutos, cheguei a próxima atração do dia, a mais exótica de todas (e imperdível): a Quinta da Regaleira.

Trata-se de uma mansão com um imenso jardim (que está mais para um bosque), cheio de torres, grutas e poços, escondidos entre as plantas e árvores.

Criado pelo italiano Luigi Manini no século 19, a mando do antigo proprietário da mansão, Antônio Augusto Carvalho Monteiro, um magnata do café nascido no RJ, a Quinta da Regaleira é apontada por muitos como um lugar cheio de símbolos ocultos ligados à Maçonaria, aos Cavaleiros Templários e a Alquimia.

Verdade ou mito, fato é que o passeio pelos jardins mostrou-se bastante divertido e rende belíssimas fotos. É tão diferente, que fica difícil não se sentir num filme de fantasia, no estilo de “Alice no País das Maravilhas”.

Prepare-se pra andar bastante e muitas vezes encontrar uma bela ladeira pelo caminho. Reserve um bom tempo para visitar tudo com calma.

Vários são os destaques nos jardins: a Capela da Santíssima Trindade (cujo tema central é a Anunciação e a Coroação de Maria), a Torre da Regaleira, o Portal dos Guardiões, a Alea dos Deuses (uma alameda com estátuas de deuses alinhadas), a Gruta da Leda...

Mas o ponto alto do passeio é mesmo o Poço Iniciático. Não se preocupe em procura-lo, pois todos os caminhos acabam convergindo para esse enigmático monumento.

Poço Iniciático

Parece mesmo um poço, mas na verdade é uma torre invertida: ao invés de subir, ela aprofunda 27 metros dentro da terra. Há uma escadaria em espiral, com 9 patamares, que vai descendo. O acesso se dá por uma porta giratória de pedra no alto do poço, quase escondida no meio do jardim.

Há várias teorias para o significado deste monumento. Uns dizem que faz referência a um ritual de iniciação da Maçonaria, outros dizem que representa os círculos do Inferno de Dante, outros acham que faz referência à Terra como útero materno.

Independente da interpretação, achei o monumento meio sinistro. Desci uns 2 ou 3 patamares do Poço Iniciático para tirar uma foto e, confesso: subi correndo!

O jardim da Quinta da Regaleira é tão surreal que existe um conjunto de galerias subterrâneas que ligam alguns monumentos entre si. São túneis com paredes de pedra que ligam o fundo do Poço Iniciático a vários locais, como o Portal dos Guardiões, o Lago da Cascata, o Poço Imperfeito e a Gruta do Oriente.

O trajeto só possui alguns trechos iluminados, de modo que quem for visitá-lo, tem que levar uma lanterna. É um passeio pra quem não tem medo de escuro e não é claustrofóbico.

E também tem que ter uma certa dose de coragem de sair entrando em um conjunto de túneis mal (ou nada) iluminados, sem saber direito onde vai dar. Como eu já tinha ficado com medo do Poço Iniciático, não preciso nem dizer que “amarelei” completamente ao cogitar fazer este passeio subterrâneo.

Após a visita ao jardim, fui ver a mansão que deu nome ao lugar, o Palácio da Regaleira. Lindíssimo e tão encantador quanto os outros palácios da cidade. Destaco os salões decorados, bem como terraços e torres que oferecem vistas do jardim/bosque em frente e de Sintra ao redor.

Palácio da Regaleira

Voltando a pé para o centro, parei mais uma vez na Piriquita para saborear outro travesseiro e depois segui até a estação de trem.

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Considerações finais

Eu adorei ter ido à Sintra. Foi um passeio agradável e diferente. Para quem estiver visitando Lisboa, é uma ótima opção de passeio "bate e volta".

Sintra possui muitas outras atrações a serem visitadas, que acabei não indo, como o Parque de Moserrate, o Convento dos Capuchos, o Castelo dos Mouros (que é visto no alto de uma montanha, de vários pontos da cidade), entre outras atrações e museus. Quem tiver mais tempo disponível, vale a pena pernoitar na cidade e visitar mais coisas no dia seguinte.

Aqui no blog temos alguns artigos que poderão enriquecer sua visita às terras portuguesas. Você pode acessar a nossa página completa de destinos e conferir todo nosso conteúdo sobre Portugal.

Ficou com alguma dúvida? Já foi à Sintra e quer dar uma sugestão? Não hesitem em dar seus comentários. Eles são muito bem-vindos.

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