Se você tem pouco tempo para explorar a Chapada Diamantina-BA, confira esse artigo com um roteiro de 4 dias e passeios imperdíveis.
Conhecer a Chapada Diamantina já era um sonho antigo, mas sempre acabava priorizando outros lugares devido dificuldade de dias disponíveis para tal. Eis que resolvi aproveitar um feriadão e partir pra estrada. Pros amantes do ecoturismo, a chapada é um sonho: cerca de 1500m² cheios de grutas, cachoeiras, cânions, chapadões... posso garantir que tudo aqui é no superlativo.
Inicialmente, a ideia era ir de avião do RJ para Salvador e de lá alugar um carro para Lençóis - BA, cidade base ao norte da Chapada, onde há maior estrutura turística, mas a logística no final das contas não era tão favorável pois o tempo total que se gastaria era praticamente o mesmo que de carro. E assim foi decidido: em 1 dia e meio de viagem percorremos 1.371 km saindo do interior do RJ, pernoitando em Teófilo Otoni-MG.
Chegando a Lençóis pelo fim da tarde, demos uma sondada nas pousadas. Não fizemos nenhuma reserva dessa vez contando apenas com a sorte. Gastamos um certo tempo procurando, mas felizmente o destino nos conduziu a um hotel ma-ra-vi-lho-so: Hotel de Lençóis: 500 metros do centro, com uma estrutura impecável... super recomendo! Depois de esticar um pouco as pernas, resolvemos dar uma explorada na vizinhança. A rusticidade se faz presente, um clima meio hippie, um grupo tocando violão... muito agradável. Comemos por ali mesmo e voltamos para descansar.
Após um café da manhã farto, pedimos no próprio hotel o contato de algum guia. Aliás, sempre é uma dúvida: é tão necessário? Para alguns passeios não, mas pra maioria sim, pois a sinalização nas estradas e trilhas não são bem claras, fora as explicações sobre os lugares, vegetação e tudo mais. Existem agências especializadas e as associações de condutores de visitantes (ACVs) - o que costuma a ser mais econômico, contudo, tem que ser em carro próprio. (Diária de R$ 80)
1º Dia: Poço do Diabo, Gruta Lapa Doce, Gruta Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio
Poço do Diabo:
Trilha fácil que margeia o rio Mucugezinho e que vai formando poços de águas avermelhadas pelo caminho. Sua coloração se dá por conta do material orgânico vegetal em decomposição - é potável, mas seguindo o guia, se beber muito causa efeito laxativo (não, obrigada). Para quem curte uma adrenalina, há opção de tirolesa e rapel. Como o dia estava meio nublado e um friozinho, preferi deixar para próxima. (restaurante no local)
Gruta Lapa Doce:
Presença de pinturas rupestres no imenso paredão que forma a boca da gruta. A visita é feita com guia local e dura cerca de 1h30. Dentro da gruta utiliza-se lanterna (caso contrário é um breu total) para apreciar estalactites, estalagmites (formações decorrentes de gotejamento de água das rochas calcáreas ao longo de anos). Boa oportunidade para “escutar” o silêncio: associada ao escuro, é uma sensação perturbadora mas interessante. (lanchonete e restaurante no local).
Gruta da Pratinha:
Há um rio de água azul clara que forma uma praia onde pode-se tomar banho até cansar. Opção de fazer flutuação na parte interna da Pratinha (aluguel de snorkel, nadadeira, colete e lanterna: R$20) para ver peixes e formações rochosas. Confesso que esperava mais da flutuação: muito frio (porque é dentro da gruta) e poucos peixes.
Bem próximo dali, fomos a pé mesmo, conhecer a famosa Gruta Azul, que possui um lago onde a luz incide em determinado horário fazendo com que os visitantes fiquem de boca aberta. Dito e feito: fomos descendo sem muita esperança, mas de repente... pah! Sutilmente a luz invadia o lago e um azul absurdo reinava (melhor período: abril a setembro, de 14:30h às 15:30h). Acabamos almoçando por ali mesmo.
Morro do Pai Inácio:
Visita clássica da chapada, e quem sabe ver o pôr do sol lá de cima - 1120m. (R$5 com estacionamento e subida permitida até as 17h). Subida íngreme mas não tão difícil - vale analisar as condições físicas antes né? Joelhinhos em dia e nada que um analgésico pós dê jeito (rs).
A vista lá de cima é magnífica. Uma paz. De lá se vê outras formações como Morro do Camelo, o Morrão e os Três Irmãos. E mais "causos" que o guia comentava... tipo, por que Pai Inácio? Gente, acredito que cada guia conte algo diferente, mas é muito legal voltar no tempo, fantasiar, tá valendo... e nós ali naquela imensidão.
Voltando pro hotel, fui de sauna e piscina aquecida para restaurar as energias. Depois fomos bater perna no centrinho e procurar algo pra comer. Finalmente estômago cheio (sob o olhar curioso e oportuno de um cachorro) e cansaço: Morfeu chegou pra perto.
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2º Dia: Cachoeira da Fumaça
Corpo já refeito de uma viagem longa, fomos fazer um passeio que era mais puxado, e merecia um dia inteiro. A Cachoeira da Fumaça (380m) que é o ponto de partida para o trekking no Vale do Paty. Recomendo levar sapatos de trekking, ou tênis já amaciado, protetor solar, boné, água e lanche para um dia inteiro, máquina fotográfica (sorte a minha que fui de blusa com manga longa, pois o sol estava castigando).
A caminhada no começo é bem puxada, pois tem muitas subidas, pedras (6 km de ida - média de 2h de caminhada). Depois desse pequeno “sacrifício”, você acaba focando na paisagem com trechos alagados, vegetação constante, bem tranquilo. Chegamos! Antes de vê-la propriamente, a natureza te deixa em choque: não há foto que registre precisamente o que vemos. Lembra que falei que aqui tudo é superlativo?
Ao aproximar o precipício entendemos o motivo do seu nome... ela é tão alta que a água que cai da cachoeira até chegar ao chão vira uma névoa, uma fumaça. Lindo demais! A imensidão é absurda. No meu caso, que sou fissurada por altura, é até perigoso. Essa visão lateral já é arrebatadora, mas tem como vê-la por cima. Há uma pedra que faz uma espécie de rampa, e de lá as pessoas “se arrastam” até a borda. E lá fui eu, e o guia na cola meio tenso... entendi o motivo: ele comentou que ali era "comum" pessoas abreviarem a vida. Calma amigo, quero viver muito ainda.
Pausa pro lanche, descanso, fotos... e decidimos retornar. Ao chegar no estacionamento, turistas concentrados, muitos mochileiros, conhecemos um casal que estava viajando há 2 anos no sistema 100% carona. Largaram o emprego e contavam com a boa vontade de desconhecidos para acamparem em seus quintais, não levavam celulares, nada de internet... desapego total. Em retribuição a carona, ganhamos uma jaca (rs).
Voltando a Lençóis, o cansaço bateu forte e novamente usufruímos das regalias do nosso hotel... que maravilha!
3º Dia: Cachoeira do Buracão e Cemitério Bizantino
Decidimos visitar a parte sul da Chapada onde se encontra a Cachoeira do Buracão (90m), situada em Ibicoara (como a cidade tem pouca estrutura, recomenda-se ficar pernoitar em Mucugê - acesso pelo BA-142). Pela manhã, contratamos um guia e saímos rumo a Ibicoara, 28 km de estrada de terra em meio a fazendas, montanhas. Deixamos o carro em um determinado ponto e de lá fizemos uma trilha fácil por 1 h aproximadamente. O cenário é rico, já estava satisfeita com a beleza e a facilidade do percurso, passando por pequenas quedas d´água (como a Cachoeira das Orquídeas) até pararmos num ponto onde se via a cachoeira por cima. Uau! Logo em seguida, começamos a descer, encontrando a Cachoeira do Recanto Verde e finalmente ao cânion onde está o Buracão.
Ali, o guia distribui coletes (uso obrigatório) e fala: “podem ir”. Pensem em uma água fria... chegamos até aqui, coragem! Pode-se ir nadando ou tentando passar por caminhos estreitos em meio as pedras - achei arriscado pela chance de escorregar e cair; fui nadando mesmo, água escura, o barulho da cachoeira que ia aumentando e a curiosidade também, pois o caminho é sinuoso e você não sabe o que te aguarda. Na última curva, ela, incrivelmente poderosa! A sensação que tive foi um mix de euforia, vontade de alcançá-la, mas a força da água cria uma correnteza que dificulta o nado. Como é bom estar de colete. Cheguei bem pertinho. Indiscutivelmente, a melhor queda que já visitei.
Em Mucugê, me hospedei na Pousada Monte Azul: recomendo pela simplicidade, ótimo atendimento, um café da manhã delicioso e por sorte (isso é relativo para alguns) ao fundo da pousada encontra-se junto a um paredão, o Cemitério Bizantino, com suas lápides brancas imitando pequenas igrejas góticas. Segundo consta, são construções do início do século 19, quando surtos de cólera e varíola atingiram aquele lugar. A influência bizantina se deu pela presença de compradores de diamantes de origem turca que moraram por lá.
4º Dia: Poço Encantado e Poço Azul
Nosso último dia de passeio, aproveitamos para visitar o famoso Poço Encantado, situado em Itaetê (saindo de Mucugê, 23 km - 3 km de terra). Não é necessário guia, R$20, 8h às 16h. Seguimos a pé uma escadaria que desce até a base do poço, onde a água é transparente e em determinada hora do dia (10h a 12h e de abril a setembro), um feixe de luz invade por uma fenda, fazendo uma “cascata” luminosa e evidenciando uma tonalidade azul incrível. A presença de calcário na água justifica a cor. Não é permitido banhos no local e a visita tem tempo limitado. Infelizmente, naquela manhã o dia estava parcialmente nublado e só vi por foto a luz entrando, mas mesmo assim a vista é deslumbrante.
Como nosso tempo estava curto, preferimos visitar o Poço Azul, e de lá já seguir caminho de volta pra casa. Nesse poço de água cristalina, pode-se fazer flutuação com uso de colete (obrigatório) e snorkel (R$15). Uma experiência maravilhosa, água mais aquecida e tivemos a sorte dos raios de sol invadindo o poço por alguns instantes (maior chance de fevereiro a outubro, das 13h30 às 14h30). Tempo de visitação limitado. Na saída aproveitamos para almoçar no restaurante Dona Alice, comida simples e bem feita.
Missão cumprida. Realizada com o que vi e decidida a voltar: a Chapada é gigantesca demais para uma visita só. Até breve.
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Adorei! Lindas fotos!
Muito obrigada! 🙂
Parabéns pelo artigo e por essa nova etapa que certamente será mais um sucesso em sua vida!
Muito obrigada! Assim espero! 🙂
Que lugar lindo! Adorei as informações. Tudo anotado pra tirar essa viagem do papel em breve!
Obrigada! Espero que seja uma viagem inesquecível!
Bárbara, primeiramente, parabéns pelo artigo. Achei o seu roteiro incrível e estou muito disposto a segui-lo. No entanto, me surgiram algumas dúvidas. Fui olhar as rotas pelo google e do Poço encantado para o Poço Azul, que você fez no mesmo dia, embora pareçam perto, pela estrada demora-se cerca de 2 horas. É isso mesmo? Você percorreu todas essas distâncias? O Poço Azul parece de mais fácil acesso saindo de Lençois do que de Mucugê. Já o Poço encantado dá pra sair de Mucugê mesmo.
Parabéns, ótimo artigo com roteiro lógico e muito bonito (inclusive as fotos) Estaremos indo pra semana (sim, 06 a 10/05/2017) e seguirei este roteiro. Saudações.
Olá,
Poderia deixar o contato do seu guia? Os valores que as agências cobram por esse roteiro é um pouco alto.
Obrigada desde já.
Ola, muito legal seu roteiro.
Poderia informar os contatos dos seus guias?
Eh dificil de achar guias por la? ou ha varios disponiveis?